29 dezembro 2005

Feliz 2006 !

Aqui não há balanços. Houve muita coisa boa e alguma merda pelo meio, mas o que aconteceu, aconteceu, ponto final.
Isto aqui foi uma coisa boa, pelo menos para mim. Gostei/o de vos visitar e de vos ver por aqui. Foi um prazer.
E pronto.
Desejo-vos força, engenho e paixão para espremer o sumo à vida, no matter what...
Feliz 2006 !

De volta

É bom voltar a casa. É como ir a casa, mas melhor ainda.
Quem sofre é o coração: deixa um pedaço ali, outro acolá para depois regressar com os pedaços colados com sorrisos resignados de saudade antecipada e olhos húmidos.
"Então até ao verão!"
E voltamos a casa, carregados de malas e de coração atamancado.
Até ao verão.

16 dezembro 2005

Férias

Volto a casa.
A todos os que aqui passarem de propósito ou por acaso, cuidem-se bem.

15 dezembro 2005

Auto-defesa

és estranha, de que é feita a tua carapaça?
de setas
medos
pedras,
dores
paus
dentes rangendo
e garras
todos voltados para dentro
assim fico
sem poder
sem querer sair
sem querer nada.
deixem-me assim
cair
f
u
n
d
o
e larguem-me da mão
a carapaça.

Para o desafio da Hipatia com desenho do Gaivina

11 dezembro 2005

Um domingo doce para todos


Recebida por email. Desfocar olhos vale 11 clusters de smarties. Boa sorte.

07 dezembro 2005

1f u c4n r34d th1s u r34lly n33d t0 g37 l41d.

M473M471C0

4S V3235 3U 4C0RD0 M310 M473M471C0
D31X0 70D4 4 4857R4Ç40 N47UR4L D3 L4D0
3 M3 P0NH0 4 P3N54R 3M NUM3R05
C0M0 53 F0553 UM4 P35504 R4C10N4L
540 5373 D1550, N0V3 D4QU1L0
QU1N23 PR45 0NZ3
7R323N705 6R4M45 D3 PR35UNT0
M45 L060 C410 N4 R34L
3 C0M3Ç0 4 F423R V3R505
H1NDU-4R481C05
(via email)

A nobre arte de cozinhar



São "Chefs".
Rapazinhos dotados na arte de bem cozinhar, peritos em criar pratos que fazem desfalecer as papilas gustativas mais exigentes.
E porque os olhos também comem, este aqui é o Lenny que tem uma receita de lamber os dedos.
Bon apétit!

Peach Cobbler

Ingredients:
8 fresh peaches (or 3 cans sliced cling peaches), 1/2 cup butter or margarine, 1 1/2 cups sugar, 1/4 teaspoon nutmeg, 1 teaspoon cinnamon, 1 cup unbleached all-purpose flour, 2 teaspoons baking powder, 1/4 teaspoon salt, 1 cup milk, 1 cup fresh raspberries, whipped cream.

Directions:
Preheat oven to 350 degrees F. Slice fresh peaches into 1/4-inch slivers (or drain cans and save juice).
Melt butter in a pan or microwave and pour into a 9- by 13-inch baking dish. In a small bowl, combine 1/2 cup sugar, nutmeg, and cinnamon.
In a separate mixing bowl, combine flour, remaining cup of sugar, baking powder, and salt. Whisk in milk and 1/2 cup of reserved peach juice (if using canned peaches) and spoon batter into baking dish over the butter. Place almost all the raspberries over batter.
Coat peaches with the sugar, cinnamon, and nutmeg mixture and scatter on top.
Bake 45 minutes to an hour (until golden brown).
Garnish with whipped cream and remaining raspberries.

06 dezembro 2005

Filmes para o Instituto Português de Oncologia

"O Instituto Português de Oncologia (IPO) está a angariar filmes VHS para os doentes da unidade de transplantes que estão em isolamento. «São crianças e adultos que precisam de um transplante de medula e de estar ocupados durante o tempo de internamento», explica ao PortugalDiário a enfermeira responsável pela unidade, Elsa Oliveira.
«Temos sete quartos nesta unidade e todos eles estão ocupados. Estas pessoas não têm defesas e, por isso, estão num ambiente protegido», explica a enfermeira, para quem esta iniciativa vai fazer com que o tempo de espera custe menos a passar.
A «falta de "stocks"» torna necessária a ajuda da população: «Precisamos de filmes para as pessoas mais desfavorecidas que não têm possibilidade de os trazer. Algumas crianças trazem os seus próprios filmes e brinquedos mas depois quando têm alta levam-os», acrescenta a enfermeira.
O IPO aceita todos os géneros de filmes, mas a preferência vai para a «comédia». Numa altura menos feliz das suas vidas, «um sorriso vai fazer bem a quem passa dias inteiros numa cama de hospital». Rir é sempre um bom remédio.
As cassetes de vídeo ou DVD's antigos podem ser enviadas para:

Instituto Português de Oncologia
Rua Professor Lima Basto
1093 Lisboa Codex
Telefone: 21 7229800"

Recebido por email, eu ando a abrir os meus baús, e tu?

A anedota favorita de Bento XVI

A father watched his young daughter playing in the garden. He smiled as he reflected on how sweet and pure his little girl was. Tears formed in his eyes as he thought about her seeing the wonders of nature through such innocent eyes.
Suddenly she just stopped and stared at the ground. He went over to her to see what work of God had captured her attention. He noticed she was looking at two spiders mating.

"Daddy, what are those two spiders doing?" she asked
"They're mating, " her father replied
"What do you call the spider on top?" she asked
"That's a Daddy Longlegs," her father answered
"So, the other one is a Mommy Longlegs?" the little girl asked.
As his heart soared with the joy of such a cute and innocent question he replied
"No dear. Both of them are Daddy Longlegs"
The little girl, looking a little puzzled, thought for a moment, then took her foot and stomped them flat and said:
"We're not having any of that gay shit in our garden"

03 dezembro 2005

Como enganar o homem

O assunto resume-se basicamente nisto: ou ele faz um seguro de vida fabuloso ou faz análises!
Uma coisa é ser viúva-alegre, outra é ser viúva-alegre e rica!
Ora o homem tem aquela ideia enraizada de que só os outros é que adoecem, têm enfartes, hemorróidas, dores de dentes e escorbuto. E como souberam esses outros infelizes que padeciam de tais maleitas? Disse-lhes o médico! O médico! Degenerado ser, portador de más notícias e chupista viciado na carteira alheia!
De olhos arregalados, o homem chegou assim à brilhante conclusão: a ignorância é a fonte de uma vida longa e sem problemas. E é aqui que entra em cena a mulher.
"Ai que giro, não é que a farmácia tem um gabinetezinho para medir o colesterol? Nunca medi o meu, e se fossemos lá no sábado? São 3 minutos e dão logo os resultados!"
E fomos! Além do colesterol também medem os triglicéridos, a glicemia e a tensão arterial, um luxo! Resultados: a mulher, para além de um alarmante aumento de peso, está bem e recomenda-se. O homem tem todos valores acima do recomendável! A simpática doutora falou-lhe em "quadro de risco", avc's, resumindo: vá ao médico antes que se dê mal.
Cá fora, a mulher: "Mas temos de fazer alguma coisa, desta vez tens mesmo de ir ao médico, fazer análises, sei lá..." e o homem: "Ái mas que engraçada, aquela doutora! E aquela pronúncia do Norte, oh!" Uma mão rápida lançada a um sítio estratégico trá-lo de volta à terra. "Ok, ok... mas isso do médico, como é que se faz?" a mulher: "Ou vais para a fila do Centro do Bom Jesus ou vamos já aqui à Policlínica e despachas o assunto."
Trigo limpo, farinha Amparo! Consulta na hora, receita na mão, análises exaustivas marcadas e a proibição de, entre outras coisas, comer manteiga com pão! Ora isso equivale a cortarem-lhe o apêndice ou vender o Sporting ao Pinto da Costa, pelo que adivinho já lutas renhidas à volta da manteigueira.
De qualquer modo, caso falhe, viro-me para o Plano B: "Amôoore!... Olha-me este Seguro de Vida tãaao giro!"

29 novembro 2005

27 novembro 2005

O intruso

Deitada no escuro, adivinhou-lhe a presença momentos antes do ataque.
Deixou-se ficar quieta, mal respirando, podia ser que nem a notasse. Precaução inútil: no momento seguinte sentiu-o em cima de si a chupá-la, esfomeado.
Disparou um palavrão e lançou a mão ao candeeiro: ali estava um meia-leca, de cabeça enterrada nela, a comê-la como se o mundo acabasse amanhã.
- Mas que merda é esta? Já não se pode deixar a janela aberta que qualquer um entra assim como se fosse a sua casa?
Nada
- Ouve lá, não me digas que és um dos estupores que andam a atacar em Santa Luzia?
Levantou a cabecinha para ela.
- Eu?!... Não! Não me misturo com degenerados.
- Pois degenerado ou não, a mim só me chupa quem eu quero!
Largou-lhe uma bofetada em cheio. Gotinhas de sangue salpicaram-lhe a perna. Empurrou-o para o chão, limpou o sangue e deitou-se ainda irritada.
- Era o que me faltava a esta hora, mosquitos!

25 novembro 2005

Estou aqui mas não estou

Tu sabes que something is very wrong quando te levantas da sanita,
pegas no Harpic Gel Activo para lavar as mãos
e passas o dia a pensar donde virá aquele cheiro a pinho.

20 novembro 2005

Os anjinhos

Diálogo de ontem, pelas 23h30, no regresso a casa depois de vista a "Fábrica do Nada". Enganámo-nos e fomos parar à estrada velha percorrendo os lombos todos desde a Calheta com os putos cheios de sede e sono lá atrás, quando de repente...
8 Anos: - Pai, fónix é uma palavra feia?
42 Anos: - Não, não é...
8 Anos: - Então pode-se dizer?
39 Anos: - Fónix substitui uma palavra mesmo feia, só isso.
8 Anos, voltando à carga: - Então...
42 Anos que não suportam meias verdades: - Fónix é o substituto de foda-se, mas não quero que digas uma nem outra, entendido?
Gargalhadinhas lá atrás, dúvidas dissipadas, tudo está bem quando acaba bem. Tudo, até aquela curva mais apertada que arranca à mãe um sonoro "Dasse!"
E logo lá atrás a vozinha gozona:
- E essa? Também é um substituto?!

16 novembro 2005

Gotas

(daqui)

Gosto de palavras que gotejam.
Frescas e inesperadas,
assim as sorvo.

11 novembro 2005

"Quando for grande, quero ser..."


indecentemente fanado a Os (In)separáveis

Eu já sabia disto.
Agora pega lá para não duvidares de mim!
Lambeijos.

08 novembro 2005

21 de Novembro: "Viewfinder"

"Can't wait, can't wait
to see you after sunday
because your smile is shining
like a razorblade"

(Ben Christophers, "Sunday")

06 novembro 2005

A Pesca

Caçar é actividade que nunca me agradou.
Considerando a herança familiar, deveria ficar arrepiada ao cheiro da pólvora e saber de cor o nome das armas e parafernália em geral. Só que é muito barulho assim ao nível dos ouvidos, coices nos ombros que deixam os braços e arredores KO durante dias, sangue, pelos e penas por todo o lado. Definitivamente, não!
Agora a pesca… Embora não pratique, sempre me atraiu. Desde petiza que saltitava pelos rochedos de Paço d’Arcos armada de fio de nylon com um clip na ponta. A isca começou por ser bolas de pão mas desfaziam-se num instante. Voltei-me então para o berbigão e aí sim, os caranguejos começaram a morder.
Não era o acto de apanhar a presa que me atraía, mas sim a espera, a incerteza, o jogo do rato e do gato.

Há anos que não pesco nada. Mas o fascínio pela pesca mantém-se.
(foto via email, graciosa oferta do homem da casa)

03 novembro 2005

42

(daqui)

VALSINHA
Vinícius – Chico Buarque

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado, cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se ousava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanto felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouviam mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

Parabéns, meu amor.

(Banda Sonora: Marilyn Monroe - "Happy Birthday, Mr. President")

02 novembro 2005

Porto Santo

Foram 4 dias gloriosos no Porto Santo.
Um sol maravilhoso embora por vezes envergonhado, os passeios matinais na praia deserta após o pequeno-almoço, a recolha de búzios e conchas, a areia quase virgem de pegadas de gente, apenas de gaivotas e dos passarocos habituais de beira-mar, o mar, aquele mar que não tem explicação, só estando lá dentro mesmo...






E no regresso, um presente inesperado: ao fim de 16 anos a fazer este trajecto vi golfinhos pela primeira vez. Apareceram do lado esquerdo do rasto de espuma, pouco depois de passarmos o Ilhéu da Cal e de ter tirado esta foto. Eram 3 ou 4, aos saltos. Foi uma surpresa tão grande e tão boa que nem tentei tirar foto. Bastou assim, só olhar para eles.

26 outubro 2005

Post frutado para uma alma exilada em terra de "murcons"



Nika, pega.
Teu tio apanhou-os este fim-de-semana. Depois da Grande Razia, nem me lembrava que ainda tinham escapado os araçaleiros. E a figueira também, caíram os figos de podres e esquecidos, pecado, pecado, logo eu que adoro figos.
Ficas também sabendo que a anoneira apresenta já uma dose prometedora de anonas. Nada de espantoso, mas depois da carga de cimento que "comeu" há um ano, estar assim já é milagre.
Quanto aos araçais, fica sabendo que os amarelos são suculentos e doces e os roxos intragavelmente azedos, just the way you like it.
E pronto, chega de fruta.
Beijos ao Marquinho, Vaninha e Miguel e um big one para ti.

23 outubro 2005

As palavras dos outros


(daqui)

Um Tsunami de silêncio

Um Tsunami solidário varreu o mundo
Quando a morte bebeu um copo em New Orleans.
Um manto de silêncio cobriu o mundo
Quando a morte se banqueteou no Paquistão.
Pode a morte comer trinta mil paquistaneses.
Mil americanos? Não!
O mundo horrorizado chorou lágrimas Tsunami
Quando a morte bebeu um copo em New Orleans.
O mundo fechou os olhos.
Encolheu os ombros
Quando a morte se banqueteou no Paquistão.
Pode a morte comer uma geração de paquistaneses.
Mil americanos? Não!
Um Tsunami televisivo correu o mundo
Quando a morte bebeu um copo em New Orleans.
O mundo mudou de canal
Quando a morte se banqueteou no Paquistão.
Pode a morte levar trinta mil paquistaneses.
Mil americanos? Não!
Brada o mundo contra a morte os mil americanos que levou
Cala a morte paquistanesa a voz que com o Tsunami se levantou.

Estas são as palavras da Encandescente.

Por esta altura são já 79.000 mas podemos contar com o inverno dos Himalaias e a insuficiência de ajuda/recursos para engordar este número. Mas não interessa. Aliás, nem nunca interessou por aí além. Ora digam lá o nome de um político paquistanês... e um actor? Estão a ver?
Agora com licença que tenho de ir ver aquela série porreira que ganhou um monte de Emmys e de que agora não me lembro o nome.

19 outubro 2005

Os Idiotas

Estupores de "idiotas"!...
Mais um que chega via email e, clubes à parte, é um gozo pegado receber estas graçolas na semana a seguir a um descalabro futebolístico qualquer, ver os neurónios a trabalhar para produzir um chiste melhor do que o outro. Não acho piada quando vêm tingidos de verde, mas já me vou habituando...

"A PT informa que, por motivos de força maior, o indicativo do Porto passará a ser 02.

Entretanto a gripe das aves já chegou ao Porto.
Foi uma águia que a trouxe, há 40 mil infectados e um pinto em estado de coma."

Pós-post
...e olhem só o que a Angelboop tinha escondido num cantinho:http://angelboop.blogspot.com/2005/10/sporting.html
Eu já pedi 4 cá para casa!

The Hire


(daqui)

São curtas-metragens realizadas para a BMW por nomes sonantes, starring Z4 Roadster e Clive Owen além de muitos outros (Gary Oldman, you little Devil!).
A não perder, os filmes são espectaculares e, aparentemente, só estarão online até dia 21. Eu estou a fazer o download "para mais tarde recordar".

Sirvam-se!

15 outubro 2005


O som do telemóvel arrancou-o do torpor. Olhou em volta e viu-o caído a alguns metros. Fixou-o, espantado, como se não pertencesse ali, inoportuno e intruso.
Continuava a tocar, insistente. Apanhou-o do chão e atendeu.
“Estou?.... João?” do outro lado, uma voz de mulher indecisa entre o irritado e o preocupado. “Onde estás? É tardíssimo!” declaradamente irritada.
Não queria falar, não agora. Mas atendera o raio do telefone e não havia remédio.
“Não é o João.” Soara áspero demais. Silêncio. Tentou remediar. “Houve um… problema… o João sentiu-se mal.”
“Quem fala? Quero falar com o meu marido… quem fala!?” aflição, angústia.
“Ninguém. Não interessa…é o seu marido? Ele… sentiu-se mal, não pode atender.” Sentiu o medo do outro lado da linha.
Olhou em volta, à procura. Olhou os vãos de escadas, as janelas fechadas, um toldo escuro e luzente ainda da chuva que caíra pouco antes. Fixou-se num monte de caixotes brancos, uma pilha enorme que atravancava a rua, irreal em tamanho e cor. “A ambulância… está a aqui a ambulância, vão levá-lo agora.” Um gemido do outro lado, sem palavras. Desligou antes que lhe perguntasse o que não podia explicar. Fixou de novo os caixotes. Maldisse a puta da sorte, ligou ao 112 e deu o nome da rua. Desligou o telefone, aliviado.
Olhou o homem caído aos pés dele, imóvel. Inclinou-se, sacou-lhe a navalha do corpo e limpou a lâmina na fralda da camisa. O vermelho era gritante e deu por ele a puxar a aba do casaco para tapar a mancha. Largou o telefone junto ao um círculo quase perfeito de sangue. Olhou-o uma última vez, cuspiu um amargo de boca para o lado e zarpou dali para fora.

11 outubro 2005

P.Q.P.

"Trata-se de um prémio atribuído anualmente aos casos mais bizarros de processos judiciais nos Estados Unidos. O prémio tem este nome em homenagem a Stella Liebeck, que entornou café quente no colo e processou a McDonald's recebendo quase 3 milhões de dólares de indemnização. Desde então, os Stella Awards existem como uma instituição independente, publicando – e "premiando" – os casos de maior abuso do já folclórico sistema legal norte-americano. Este ano os vencedores foram:
5º. Lugar: (empatado): Kathleen Robertson, de Austin, Texas, recebeu US$ 780.000,00 de indemnização de uma loja de móveis por ter tropeçado numa criancinha que corria pela loja e ter quebrado o tornozelo. Até aí quase compreensível, se a criança descontrolada em questão não fosse o próprio filho da Sra. Robertson.
5o. Lugar: (empatado): Terrence Dickinson, de Bristol, Pennsylvania, estava a sair pela garagem de uma casa que tinha acabado de roubar mas não conseguiu abrir a porta da garagem porque a fechadura automática estava com problemas. Também não conseguiu entrar de novo na casa porque a porta já tinha fechado por dentro. A família estava de férias e o Sr. Dickinson ficou trancado na garagem durante oito dias, comendo a comida do cão e bebendo Pepsi. Processou o proprietário da casa alegando que a situação lhe causou profunda angústia mental. Recebeu US$ 500.000,00.

4º. Lugar: Jerry Williams, de Little Rock, Arkansas, foi indemnizado com US $ 14.500,00 mais despesas médicas, depois de ter sido mordido no traseiro pelo beagle do vizinho. O cão estava preso do outro lado da vedação, mas ainda assim reagiu com violência quando o Sr. Williams saltou a mesma e atirou repetidamente contra ele com uma espingarda de pressão de ar.

3º. Lugar: Um restaurante na Filadélfia foi condenado a pagar US$ 113.500,00 de indemnização a Amber Carson, de Lancaster, Pennsylvania, após ter escorregado e quebrado o cóccix. O chão estava molhado porque, segundos antes, a própria Amber Carson tinha atirado um copo de refrigerante ao namorado durante uma discussão.

2º. Lugar: Kara Walton, de Claymont, Delaware, processou o proprietário de um bar da cidade vizinha por ter caído da janela da casa de banho e quebrado os dois dentes da frente. Na altura do acidente estava a tentar escapar sem pagar o couvert (de US$3,50). Recebeu US$ 12.000,00, mais despesas dentárias.

1o. Lugar: o grande vencedor do ano foi o Sr. Merv Grazinski, de Oklahoma City, Oklahoma. O Sr. Grazinski tinha acabado de comprar um Motorhome Winnebago Automático e voltava sozinho de um jogo de futebol disputado numa cidade vizinha. Na estrada, ele marcou o piloto automático do carro para 100 km/h, e foi para a traseira do veículo preparar um café. Quase como era de se esperar, o veículo saiu da estrada, bateu e capotou. O Sr. Grazinski processou a Winnebago por não explicar no manual que o piloto automático não permitia que o motorista abandonasse a direcção. O júri concedeu a indemnização de US$ 1.750.000,00, mais um novo Motorhome Winnebago. A companhia mudou todos os manuais de proprietário a partir deste processo, para o caso de algum outro atrasado mental comprar os seus carros.”
Este texto chegou por e-mail.
Ri no início mas a meio já só queria mesmo que alguém me assegurasse que tudo isto não passava de uma anedota.
Mas numa época em que se procura atribuir aos outros a responsabilidade de tudo o que de mau nos acontece, em que se culpa a televisão pelo aumento de violência, as tabaqueiras pelos cancros que contraímos, então presumo que o que li fará sentido.
Posto isto, sinto uma vontade imensa de lançar um sonoro “Puta que pariu!”.
E se alguém se sentir ofendido, a culpa é da minha mãezinha!

08 outubro 2005


(Ponta do Sol)

Gosto de ti mas basta.
Vai-te, desce ao hemisfério sul e deixa vir a mim o vento uivante, as noites de trovoada, a chuva, as corridas sob os toldos, os dedos gelados, os pés ensopados, as calças coladas às pernas, e o frio... tenho saudades.

04 outubro 2005

Já foi.










(via email)

Eu não vi e tive pena. Mas houve quem pagasse para ver, afinal lá diz o povo que quem corre por gosto, não cansa.

03 outubro 2005

Dia Mundial da Arquitectura

Parabéns a todos quantos fazem projectos de arquitectura por esse país fora: engenheiros diversos, desenhadores e, porque não, os arquitectos.

73/73 para vocês!

Banda sonora:The Decemberists, "Here I Dreamt I was an Architect"

29 setembro 2005

Autárquicas 2005





















(via email da Joana, obrigada!)

24 setembro 2005

Da Weasel

Foi ontem, dia 23, pelas 22h00 num Largo do Município a rebentar pelas costuras. Milhares de almas expectantes para ver o que resultaria do "casamento" da Orquestra Clássica da Madeira, conduzida pelo maestro Rui Massena, com os Da Weasel.
Sozinha em palco, a Orquestra começou por aquecer os instrumentos com "Chicago" e os ninos e ninas ansiosos aguentaram o embate, aplaudiram, e então sim, a "doninha" entrou em cena.
Foram canções atrás de canções embaladas agora num som "clássico" aparentemente improvável e impensável. E no final de cada canção o público explodia literalmente em aplausos. A mistura de todos aqueles músicos era mais do que se poderia esperar.
"Massena, Clássica, ready?... set?... GO!!!!" Juro que senti o chão tremer debaixo dos pés.
E o concerto continuou num misto de profissionalismo, entusiasmo e euforia: a certa altura o flautista estava lá atrás de pé, desenfreado, a agitar a flauta no ar, a Orquestra em peso levantou-se e abanou-se ao som de "Tás na Boa", o homem da tuba (?) deve ter ficado com os braços KO, não parava de abanar a dita, o pessoal dos metais já tinha uns chapelinhos estranhos na cabeça e à frente alguém tinha enfiado um cap do Benfica. Quando os Da Weasel e Massena saíram do palco, a orquestra foi fazendo holas e ia incitando o publico a sessões de palmas. Era óbvio que estavam a gozar que nem uns perdidos com tudo aquilo.
Foram dois encores mas podiam ter sido mais porque ninguém tinha vontade de sair dali.
Não sou propriamente fan da banda, não tenho qualquer disco deles, gosto apenas de os ouvir.
E gosto de misturas, da aparente impossibilidade dos extremos se tocarem e da surpresa quando tal acontece. E foi exactamente o que aconteceu a noite passada.
Tá-se bem!

18 setembro 2005

Takk


Hoje tenho 7 anos. Comprei uma barra de chocolate do tamanho de um dedo, é recheada com creme de morango e como-a toda de uma vez. Está calor, não muito. Uma brisa leve passa os dedos pela erva comprida que forra o morro. Deito-me e rolo pela erva uma e outra vez até me cansar. Tenho muita sede. A água da bica é fria e sai de uma gruta encerrada que povoa os meus sonhos de aventureira. Ando pelo muro da bica sem medo de cair, salto num pé depois noutro e depois faço meia pirueta para ver se a mãe está à vista. Não está. Faço outra meia pirueta e salto do muro. O laranjal. A avó Isaura está no laranjal e acena-me. Desço o caminho de terra, desvio-me das silvas, passo o limoeiro e as laranjeiras até à tangerineira. É enorme, de um verde-escuro reservado às florestas sombrias mas carregada de bolinhas cor de laranja brilhante. Sentamo-nos na erva fofa, descascamos tangerinas e o sumo escorre-nos pelos dedos e depois pelos punhos até aos cotovelos. Lavo-me na mina de água e retomo o caminho para a mata. Vou apanhar borboletas onde o pinhal e o eucaliptal se juntam, num caminho ladeado por murta cheirosa e pés de rosmaninhos. Há borboletas castanhas, amarelas, uma ou outra laranja, e umas pequenitas azuis claras. Escapam aos meus avanços, armada com o pedaço do véu do vestido de casamento da mãe. Mesmo assim não fogem, continuam por ali e parecem gostar tanto da brincadeira como eu.
Regresso a casa pelo caminho de cima, até à pinheira mansa. É gigantesca e monta guarda à aldeia no cimo do monte. Começa a arrefecer mas ainda tenho tempo para salvar algumas abelhas que caem no poço da fazenda: basta uma folha debaixo das patas e elas sobem imediatamente. Depois deixam-se ao sol para secar as asas e só então partem de volta à colmeia.
À noite, da janela do quarto observo a colónia de pirilampos tremeluzentes e a lua redonda, de um brilho tão intenso que parece pratear toda a terra. Deito-me e adormeço com o iap-iap da raposa a caçar.
Tenho 7 anos.

Takk, Sigur Rós...


(Banda sonora: Sigur Rós, "Sæglópur")

16 setembro 2005

Slow down, you move too fast

Na senda do post anterior, este senhor põe os pontos nos iis e os traços nos tês
Chama-se Doug Thompson, homem do mundo, belíssimo fotógrafo, pai do Capitoll Hill Blue, magnífico "ranter" das coisas que não lhe agradam no seu país e da estupidez e presunção humanas no geral.
Enjoy.

http://www.blueridgemuse.com/Muse/archives/2005/09/slow_down_you_m.html

15 setembro 2005

Envelhecer


(daqui)
Era para mim assunto adormecido mas voltou à baila ao ler as diversas "rugas" que apareceram na Gotinha. Prestes a bater à porta dos 40, presumo que está na hora de me preocupar com esta coisa do envelhecer.
Por enquanto não me assustam os sinais exteriores da passagem dos anos por mim, os cabelos brancos, as rugas à volta dos olhos e aos cantos da boca, boas, e as traçadas entre os olhos, menos boas. O que me assusta mesmo é não ter eventualmente capacidade de as aceitar, de esquecer que são os mapas dos meus caminhos percorridos.
É que à medida que os anos passam e o fim se aproxima, a atitude muda. Lembro-me muito bem da minha avó e dos pequenos (grandes) sinais que traduziam o pânico dela perante o envelhecimento e, consequentemente, a morte.
Dizem as crónicas que lá pelos cinquentas, mais coisa menos coisa, os homens começam a usar camisas havaianas, a comprar grandes "máquinas" e a olhar as rapariguinhas de 18 anos com ar de quem ganhou a lotaria.
E se eu entro em negação e começo a comprar saias de ganga tipo cinto largo, pinto o cabelo de roxo e começo a "fazer-me" aos amigos dos meus filhos?
Do alto da minha presunção de trintona ainda na posse das suas faculdades (discutível, mas enfim...), eu afirmo por minha honra que envelhecer não me assusta.
Pelo sim, pelo não, daqui a uns anos voltamos a falar do assunto.

11 setembro 2005

Mas por que carga d' água?!


Porque é verde, porque tem belas nervuras que apetece percorrer com os dedos, porque parecia querer correr atrás da chuva, porque brilhava num dia cinzento, porque é uma bananeira de jardim, porque é uma geisha de jardim, porque sim.

06 setembro 2005

Mourinho rules!


Love him or hate him, o homem é indeed the special one...

Mauve

Ele levou-a a dar uma volta pela casa nova.
"Aqui é a cozinha... aqui o quarto das crianças... a casa de banho..."
... até chegar ao quarto onde, se ela quisesse...
Ela mirou as paredes de cima abaixo e, entre o desgostoso e o divertido, perguntou-lhe:
"Mas e tu consegues "levantá-lo" com esta cor?"
Cara, uma sugestão: ou lhe metes as mãos entre as pernas e descobres por ti mesma,
ou dás meia-volta e vais para a puta que te pariu.

Porto Santo


É por esta areia fina que suspiramos o ano inteiro. Pela água deliciosa e transparente. Pelos 9 kms de praia mais ou menos livres dos invasores de Agosto. Foram, até à data, os 3 melhores dias do ano.

01 setembro 2005

É fim de semana...


(daqui)
...vai a banhos ao Porto Santo.
Inté

28 agosto 2005

Poncha abaixo


Chama-se poncha e faz milagres na recuperação da tonicidade muscular após exercício físico prolongado, estilo Levada.
A receita é simples: junta-se uma parte de sumo de limão com outro tanto de mel, liga-se utilizando para isso um utensílio próprio feito em madeira a que se chama mexelhote (ou caralhote, versão popular). Junta-se depois a esta mistura igual quantidade de aguardente de cana. Mais uma mexida e está pronta a servir.
Esta é a versão soft, porque na hard o mel é substituído por açucar, é a pocha à pescador.
A da foto é de laranja, da tasca da Serra d'Água, parece um suminho mas engaaaana! Depois vem o génio inventivo do pessoal das tascas e já temos poncha de absinto, maracujá, whisky, etc.
É uma bebida de propriedades multiplas: isola do frio, levanta a moral, cura constipações e gripes e até mesmo ressacas.
E não é tanga! Há milhares de madeirenses e não só que juram pelas alminhas que tal é verdade e continuam ano após ano em romaria a Câmara de Lobos, qual Fátima em 13 de Maio. É tudo uma questão de fé.
Saúde!

23 agosto 2005

Rabaçal


O Rabaçal é uma zona de Laurissilva (floresta indígena, classificada pela UNESCO como Património Natural Mundial) que fica lá bem em cima, juntinho ao único planalto da ilha, o Paúl da Serra.
É o ponto de partida para as Levadas do Risco e 25 Fontes.

Até há meses atrás descia-se de carro por uma estradinha estreita até à casa dos Guardas Florestais (o ponto branco ali no meio!), largava-se a viatura e começava-se a aventura a pé. Agora o único carro autorizado a descer é uma carrinha de 8 lugares que faz o transporte de quem desce e sobe. Os carros ficam em cima, no miradouro de onde esta foto foi tirada.
Mas...


...há outro caminho para lá chegar.
O túnel que passa por baixo do Paúl e desemboca no Rabaçal no sentido sul/norte. São 10 minutos para lá chegar, 5 se se levar o carro até à entrada... isto porque por esta estradinha que aqui se vê já passou um certo Twingo e continuam a passar carros, até mesmo carrinhas de 8 lugares.


A entrada, altíssima a princípio, está forrada até ao tecto por um manto de musgo e fetos diversos que se alimentam da humidade da rocha e subsistem até onde a luz penetra.Depois entra-se no túnel própriamente dito e ficamos com um palmo ou dois de espaço cabeça/tecto. Do lado esquerdo, rocha, do direito uma levada e este cano de recolha de água que é gelado ao toque. O chão é de terra e tem por aqui e por ali poças de água que se evitam fácilmente. É aconselhável levar um ou dois "olho de boi" e também um impermeável para evitar os pingos gelados que caem do tecto! São cerca de 15 minutos para fazer a travessia.Há 75 anos o Avô Leonel e toda a sua prole subiam a pé da Calheta (800 mts. abaixo +/-) e atravessavam este mesmo "furado" para passar uns dias na casa do Rabaçal. Iam carregados de provisões e nesse tempo carregavam também as mulheres, deitadas em redes transportadas por dois homens. Eu ainda sugiro um regresso ao passado, mas ninguém me liga!

olho de boi = pilha/lanterna
furado = túnel.


Saída do túnel, já no Rabaçal. É o começo da Levada das 25 Fontes que fica a cerca de 2 horas de marcha descontraída.


Por esta garganta seca corria antigamente muita água. A cada vez maior necessidade da mesma leva a que seja desviada/canalizada.


... e o que são Levadas?
Durante a colonização da ilha foi a certa altura necessário levar a água até aos campos de cultivo mais inacessíveis. A maneira encontrada foi a construção de uma rede de canais ou "levadas" que ainda hoje subsiste e é um monumento à persistência e engenho dos homens desses tempos.
Hoje em dia é uma das atracções turísticas mais procuradas e proporcionam um verdadeiro mergulho na Madeira que nunca se poderá entrever sequer da janela de um carro de aluguer.

25 Fontes


É um lago gelado onde só os corajosos se atrevem a tomar banho. O nome vem dos riscos de água que nele caem e que, se contados, deverão ser 25. É absolutamente cristalino, vê-se perfeitamente cada pedra do fundo.


Adeus 25 Fontes, aí vamos nós Risco.
Agora é voltar para trás e subir depois umas dezenas de metros por umas escadas de tirar o fôlego a qualquer maratonista.


Juro que é melhor do que parece...
O Risco é uma levada curtinha que se faz dos 07 aos 77 anos. No fim da mesma encontra-se um anfiteatro amplo com uma encosta imponente de onde cai um risco de água. Embora não se note, mais ou menos a meio da foto há um caminho que fura a rocha e abre janelas na mesma de onde se pode espreitar o abismo. Hoje em dia é proibido entrar nesse túnel devido ao estado de degradação do mesmo.


...eu avisei!


Tronco de Urze.


Uma das muitas vistas fabulosas que surgem ao virar qualquer curva do caminho.


Com as pernas "pisadas", voltamos ao túnel, em direcção à luz.
O capítulo seguinte descreverá como se recupera rápidamente a tonicidade muscular (?) após uma levada.
Inté.

18 agosto 2005

I think I'm in love

(foto daqui)

Somethin’ filled up
my heart with nothin’,
someone told me not to cry.

But now that I’m older,
my heart’s colder,
and I can see that it’s a lie.

Children wake up,
hold your mistake up,
before they turn the summer into dust.

If the children don’t grow up,
our bodies get bigger but our hearts get torn up.
We’re just a million little god’s causin rain storms
Turnin’ every good thing to rust.

I guess we’ll just have to adjust.

With my lighnin’ bolts a glowin’
I can see where I am goin’ to be
when the reaper he reaches and touches my hand.

With my lighnin’ bolts a glowin’
I can see where I am goin’
With my lighnin’ bolts a glowin’
I can see where I am go-goin’

You better look out below!

The Arcade Fire, "Wake Up"

17 agosto 2005

Barata

Vamos trucidar este bichinho querido?... Vamos!
Para praticar quando não estiver ninguém por perto, pelas razões que logo verão.
Enjoy!

16 agosto 2005

Literalmente

(foto daqui)

Recordo as palavras da minha mãe
“Nunca se deitem sem resolver uma zanga.”
Assim fiz:
Dormi sentada.

15 agosto 2005

Disponível num "chinês", perto de si!


Este "albybuda" da sorte chegou-me por email.
Parabéns ao artista que o concebeu, está f-a-b-u-l-o-s-o!